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Lei da Saúde Mental: o que mudou e como isso impacta empresas e instituições

A conversa sobre saúde mental já está presente no dia a dia das empresas. Mas agora ela deixou de ser uma escolha e passou a ser uma obrigação.
Com a Lei 14.831/2024, cuidar do bem-estar emocional dos colaboradores virou uma responsabilidade legal.

Isso exige uma mudança prática na atuação de líderes, RHs, jurídicos e áreas de compliance. A legislação trouxe novas regras, protocolos e deveres que não podem mais ser ignorados.

A seguir, você vai entender o que mudou na lei, o que é exigido das empresas e como se adequar com segurança.

O que diz a nova legislação sobre saúde mental no trabalho

As mudanças legais em vigor

A nova Lei 14.831/2024 criou a Política Nacional de Saúde Mental nas Empresas. Junto a isso, atualizações na NR-17 (que trata de ergonomia) reforçaram o dever das empresas em prevenir riscos psicossociais no ambiente corporativo.

Entre os principais pontos, estão:

  • Implementação de programas contínuos de bem-estar
  • Treinamentos periódicos sobre assédio moral e sexual
  • Canais internos de denúncia com sigilo e retorno garantido
  • Acompanhamento dos riscos emocionais no trabalho

Empresas que adotarem boas práticas nesse sentido podem, inclusive, receber incentivos fiscais.

Obrigações práticas para empresas e instituições

A lei exige medidas que vão além da comunicação interna. É preciso formalizar ações, revisar políticas e monitorar o ambiente de trabalho com atenção à saúde mental.

Veja o que se torna obrigatório:

  • Política de saúde mental clara e documentada
    Deve conter diretrizes, responsáveis e protocolos de acolhimento.
  • Prevenção contra assédio e sobrecarga
    Treinamentos, escuta ativa, revisão de metas e estímulo a uma cultura segura.
  • Mapeamento de riscos psicossociais
    Aplicação de pesquisas de clima, acompanhamento de dados de absenteísmo e análise de rotatividade.
  • Oferecimento de apoio psicológico
    A empresa precisa disponibilizar canais de escuta ou encaminhamento para profissionais capacitados.
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Revise os canais atuais de denúncia da empresa. Eles precisam garantir sigilo, ter fluxo de resposta claro e estar acessíveis a todos os colaboradores.

A importância da atuação conjunta entre RH e jurídico

A nova legislação demanda atuação integrada entre as áreas. Enquanto o RH cuida das ações preventivas e do ambiente interno, o jurídico é responsável por garantir que as políticas estejam de acordo com a lei.

Algumas medidas conjuntas incluem:

  • Redação de políticas internas com linguagem clara e respaldo legal
  • Análise e revisão dos contratos de trabalho e códigos de conduta
  • Acompanhamento contínuo da legislação trabalhista e de saúde ocupacional
  • Adoção de ferramentas para registrar, documentar e comprovar ações realizadas
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Crie um comitê de saúde mental com representantes do RH, jurídico e lideranças para revisar práticas e acompanhar resultados.

O que acontece quando a empresa não se adequa

Empresas que ignorarem a nova legislação podem enfrentar consequências legais, financeiras e reputacionais. Além disso, há um impacto direto no ambiente organizacional, na retenção de talentos e na imagem institucional.

Entre os principais riscos estão:

  • Multas e penalidades por descumprimento da NR-17 e da nova lei
  • Ações judiciais relacionadas a assédio, burnout e adoecimento emocional
  • Impossibilidade de participar de licitações ou obter certificações ESG
  • Danos à reputação da marca empregadora

Segundo dados de 2024 divulgados pelo Jusbrasil, houve aumento de mais de 30% em processos trabalhistas ligados a adoecimento emocional e assédio moral.

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Atualize o código de conduta da empresa e inclua diretrizes sobre saúde emocional e prevenção ao assédio.

Conclusão

A saúde mental no trabalho não é mais apenas uma pauta de cuidado interno. É uma obrigação legal com impactos diretos em compliance, clima organizacional e reputação corporativa.

Empresas que agem agora ganham tempo, segurança e posicionamento. Já aquelas que deixam para depois, assumem riscos que vão além das multas: comprometem a confiança de suas equipes e a sustentabilidade do negócio.

Sua empresa está preparada para as exigências da nova Lei da Saúde Mental? Fale com um advogado da BMB e fortaleça a proteção jurídica da sua organização.

Sim, mas o impacto é maior em médias e grandes empresas, especialmente as que possuem CIPA. Pequenas empresas também precisam seguir regras básicas, principalmente em casos de assédio ou adoecimento no ambiente de trabalho.

O RH passa a ter responsabilidade legal na prevenção de riscos psicossociais. Isso envolve criar políticas, aplicar treinamentos e acompanhar o clima emocional da equipe.

 O jurídico deve revisar políticas internas, garantir conformidade com a legislação e apoiar o RH em contratos e termos de conduta. Também é responsável por orientar a empresa sobre riscos e penalidades.

 Revise o que já existe, identifique os pontos críticos e elabore uma política clara de saúde mental. O ideal é contar com uma consultoria jurídica especializada para evitar brechas legais.

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